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Alguns trechos da obra de Gabriel, a Ladeira, o Pimenta

''Mas que droga, qualquer dia desses eu quero sair de férias, pelo tanto de vezes que eu desço e subo essa ladeira, vou acabar morto. Pra falar a verdade é mais certo eu dizer que, qualquer dia desses eu sumo de vez, vou virar um magrelo de canelas finas, tão finas que não vou conseguir parar em pé e o primeiro vento que passar me leva junto com ele.''

 

''Minha mãe costuma dizer que quando a situação tá boa demais os anjos desconfiam. Por certo este ditado está trocado, mas ela é assim mesmo, vive inventando SEUS BORDÕES, mais pra frente vocês vão ver que eu não estou mentindo, apesar de muita gente dizer que além de malcomportado eu sou um belo mentiroso.''

 

''Mas a culpa não é minha, e eu só falei o que me falaram e depois bagunçaram e espalharam o que eu falei.''

 

''Talvez fosse muda ou não precisasse falar pra demonstrar o que sentia. Ela era tão igual a mim, mas agia pouco e falava menos ainda, e mesmo que tivesse cem anos, sua grandeza e sabedoria se renovava todos os dias. Perto dela uma criança com seus quatro anos sorria pra gente. Era avassalador o olhar da pequena menina descalça dizendo sem falar: ''SOU HUMILDE COMO VOCÊ'', falando sem mover os lábios: ''BEM-VINDO DE VOLTA, O MORRO É O SEU LUGAR''.''

 

''Jamais pensei que o povo quisesse que eu fosse pro inferno pagar tudo o que eu tinha feito e olhe que a lista não seria pequena, mas cá entre nós (...) Deus é que tenha piedade desses aí que pensaram isso de mim.''

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